CITAÇÃO:
''Aqui ninguém mais
podia ser admitido, pois esta entrada estava destinada só a você. Agora eu vou
embora e fecho-a''.
RESENHA:
Um homem do campo chega em frente a um porteiro e pede para
entrar num local denominado lei. O porteiro recusa, entretanto, diz que pode
ser possível no futuro. Ao inclinar-se para tentar ver por dentro da lei, o
porteiro amedronta-o, dizendo que lá dentro há porteiros mais poderosos que o
próprio porteiro que ali fora está. O homem, então, questionando-se sobre o fato
de a lei ser acessível a todos, mas não poder adentrá-la mesmo assim, pergunta
o porquê desta situação estar acontecendo. O porteiro responde que o homem deve
aguardar até receber permissão para entrar e entrega-lhe um banquinho. O homem
aguarda ali por muitos anos, chegando à velhice, o que lhe acarreta alguns
problemas como curvatura das costas e dificuldade de visão.
Em determinado momento, surge uma dúvida que o homem do campo vê pertinência em descobrir sua resposta. Ele pergunta o porquê de em tantos anos ninguém mais tentar adentrar a lei com exceção dele próprio. O porteiro, vendo o estado fragilizado do sujeito, responde que, naquela entrada, ninguém mais poderia entrar além do homem que ali estava.
Em determinado momento, surge uma dúvida que o homem do campo vê pertinência em descobrir sua resposta. Ele pergunta o porquê de em tantos anos ninguém mais tentar adentrar a lei com exceção dele próprio. O porteiro, vendo o estado fragilizado do sujeito, responde que, naquela entrada, ninguém mais poderia entrar além do homem que ali estava.
O conto não apresenta uma fácil interpretação do que se quer
ser refletido, mas é possível perceber uma crítica quanto ao acesso à justiça.
Há muitas barreiras que impedem esse acesso, o que prejudica principalmente a
classe baixa da sociedade, que na obra é referida como 'o homem do
campo'.
Na parte final, é possível notar um tom de moral da
história, quando o porteiro fecha os portões e sana a dúvida do homem. Ele
deixa a entender que cada homem tem o seu próprio portão para adentrar a lei, e
que isso faria com que cada indivíduo tivesse de enfrentar suas próprias
dificuldades para que pudessem ter acesso a ela. Já que o homem estava prestes
a morrer de velhice por tanto esperar, o porteiro fechou o portão, pois
indivíduo nenhum mais poderia entrar naquele que era o portão destinado ao
homem do campo.
CURIOSIDADES:
• Em 2015, Franz Kafka foi tema de exposição na Casa das
Rosas, em São Paulo. Na exposição, foram abordadas vida e obras do autor, com
destaque para ''A metamorfose'', que completava 100 anos;
• O museu Franz Kafka, em Praga, na República Tcheca,
reproduz de forma interativa vida e obra do autor. No museu, é possível
encontrar cartas, manuscritos, fotografias etc;
• Kafka era poliglota: sabia falar alemão, tcheco, latim,
francês, grego e hebraico.
OPINIÃO:
O conto, apesar de ser curto e nos trazer uma linguagem
muito simples e fácil de ser entendida, apresenta um significado subentendido
na história, que dificulta bastante a compreensão do que quer ser transmitido
ao leitor. Esse significado é o que dá valor para o conto, com o fim de fazer
uma reflexão sobre a dificuldade que a sociedade enfrenta em determinadas
ocasiões, principalmente na época em que a obra foi escrita, mas que também
pode ser aplicado aos dias de hoje.
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